A Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande confirmou que o caso suspeito de sarampo registrado em uma menina de 9 anos foi descartado após exames laboratoriais e investigação epidemiológica. A informação foi divulgada pela gerente de Vigilância Epidemiológica do município, Alessandra Carreira, em entrevista exclusiva ao Momento MT.
Segundo a gestora, a investigação começou imediatamente após o surgimento dos primeiros sintomas e a notificação do caso.
“Foram avaliados os contatos da criança nos 21 dias anteriores e posteriores ao aparecimento do exantema (manchas vermelhas na pele), além de seu histórico de viagens e possíveis exposições”, explicou Alessandra.
A suspeita inicial foi motivada por sintomas clássicos da doença, como febre, tosse seca, coriza, odinofagia (dor ao engolir), exantema e pontos esbranquiçados na mucosa oral, conhecidos como sinais de Koplik. A mãe da paciente também havia relatado que a menina teve contato com outra criança que supostamente havia sido diagnosticada com sarampo.
No entanto, após apuração junto à família da segunda criança, verificou-se que o caso não foi confirmado.
“O menino foi atendido em um hospital privado, onde foi descartado o sarampo. Ele apresentava apenas tosse e vermelhidão no corpo, sem febre. O médico suspeitou de parvovírus B19 e prescreveu tratamento com prednisolona e antialérgico, o que levou à rápida melhora”, detalhou.
Diagnóstico confirmado por exames
Para descartar o sarampo na menina de 9 anos, foram utilizados dois exames laboratoriais: sorologia específica para sarampo e RT-PCR em secreção de nasofaringe e urina. O resultado, que levou cinco dias para ser concluído, foi negativo para a doença.
“O tempo de resposta laboratorial foi dentro do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 4 a 5 dias. Consideramos o prazo adequado e, mesmo durante a espera, todas as medidas de controle foram adotadas”, ressaltou Alessandra.
Protocolos de controle e vacinação
Com a notificação da suspeita, a criança foi colocada em isolamento domiciliar, conforme orientações do Ministério da Saúde, que prevê afastamento de pelo menos cinco dias após o surgimento das manchas vermelhas. A escola da aluna foi comunicada imediatamente, e a equipe de Vigilância iniciou o monitoramento dos contatos.
Foi realizado também o bloqueio vacinal seletivo com a aplicação da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), conforme o histórico de vacinação de cada pessoa exposta. “Aqueles com doses em atraso foram vacinados mediante autorização dos pais ou responsáveis”, explicou.
A equipe escolar recebeu orientações para acompanhar por 30 dias os alunos e funcionários que tiveram contato com a menina, observando sintomas como febre alta, exantema maculopapular, tosse, coriza e conjuntivite.
Vacinação em Várzea Grande
A gerente de Vigilância ainda destacou a importância da vacinação. A criança investigada estava com o esquema vacinal completo, com as doses recomendadas para a faixa etária. No município, a cobertura vacinal da primeira dose da tríplice viral está em 85%, enquanto a segunda dose registra 57,93% de cobertura.
“A conduta da equipe é sempre baseada na suspeita. Mesmo sem confirmação laboratorial imediata, todas as ações de controle e proteção são desencadeadas. Por isso, é fundamental manter a vacinação em dia, principalmente diante da reintrodução do sarampo em algumas regiões do país”, concluiu Alessandra.































