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Documentário retrata a trajetória do Instituto Padre João Peter e o legado de Klaus Huber em Lucas do Rio Verde

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O documentário dirigido e roteirizado por Camila Galvão resgata a história do Instituto Padre João Peter (IPJP) e seu impacto na formação social e educacional de Lucas do Rio Verde. Inicialmente concebido para marcar os 35 anos da instituição, o projeto se transformou em um registro aprofundado do legado de Klaus Huber, um dos grandes responsáveis pela estruturação da educação no município. Realizado através de fomento da Lei Paulo Gustavo, o documentário Instituto Padre João Peter – Legado de Compromisso e Transformação, foi contemplado pelo Edital 006/2023 da Lei Paulo Gustavo da Secretaria de Cultura e Turismo de Lucas do Rio Verde.

 

A diretora explica que seu interesse pela história do Instituto surgiu anos antes da ideia do documentário. “Desde que cheguei a Lucas do Rio Verde, em 2013, fiquei impressionada com o trabalho desenvolvido pelo IPJP, especialmente com a horta de plantas medicinais. Ao longo dos anos, entrevistei diversas vezes a coordenadora Fátima sobre plantas medicinais e a atuação social do Instituto”, conta. Foi a partir desse contato que, em 2023, quando Fátima Ferreira, coordenadora do Instituto, solicitou um release para celebrar os 35 anos do IPJP, Camila percebeu que o crescimento da cidade estava intimamente ligado ao trabalho desenvolvido pelo Instituto e sugeriu transformar essa trajetória em filme.

 

Durante a produção, o documentário ganhou novos contornos após o falecimento de Klaus Huber. “O que inicialmente era um projeto sobre o IPJP se transformou também em um registro sobre o legado e a transformação promovida pelo Klaus, não apenas no Instituto, mas na educação como um todo. Ele foi o responsável pelos primeiros passos para a implantação das escolas em Lucas do Rio Verde. Com ele, as famílias do município tiveram acesso à escola e à biblioteca”, explica Galvão.

 

A obra também aborda um momento marcante: a dissolução do IPJP no ano em que completaria 36 anos. O Instituto foi doado à Fundação La Salle, que assumiu o compromisso de dar continuidade ao trabalho desenvolvido, incluindo a atuação na medicina alternativa dentro do programa Menor Aprendiz. “O importante para os fundadores nunca foi que o Instituto tivesse um dono, uma pessoa física, mas que o verdadeiro dono fosse a comunidade. Essa foi a intenção da doação”, enfatiza a diretora.

 

Fátima Ferreira, companheira de vida e de missão de Klaus Huber, emocionou ao relatar os cuidados dedicados ao Instituto Padre João Peter e a forma como conduziu sua transição para a Faculdade La Salle. Durante anos, ela esteve à frente da gestão do Instituto, zelando não apenas por sua estrutura física, mas, sobretudo, por seus valores fundacionais. Ao decidir encerrar o ciclo da instituição, Fátima optou por entregar a obra pronta, sem pedir nada em troca — não vendeu, não negociou. Apenas repassou a missão a uma nova instituição, com a esperança de que desse continuidade ao trabalho comunitário, educativo e social construído ao longo de quase quatro décadas. Seu gesto reafirma a essência do IPJP: servir à comunidade com generosidade, humildade e visão de futuro.

 

Pesquisa e desafios na produção

 

A produção do documentário envolveu uma pesquisa minuciosa, incluindo entrevistas, levantamento de arquivos e leituras fundamentais. Entre as principais fontes estão antigos colaboradores, as fundadoras Elizabeth Huber e Lucrécia Dinardin, que relembram os desafios do início do Instituto, quando a cidade ainda era cercada pelo Cerrado e não havia escolas ou infraestrutura; o livro Tempestade no Cerrado, de Anton Huber, primeiro subprefeito do município, que descreve as casas de lona e a precariedade da época; além do ex-prefeito Paulo Nunes e da jornalista Vera Carpenedo, que ofereceram uma visão detalhada da história local.

 

Para Camila, um dos momentos mais desafiadores da produção foi conseguir a entrevista com Klaus Huber, realizada antes de seu falecimento pela jornalista Vera Carpenedo. “Foi uma conversa tão rica que tivemos dificuldade em escolher o que não entraria no documentário. Tanto que ultrapassamos o tempo tradicional de um curta-metragem e entramos no média-metragem, com 34 minutos, para conseguir contar essa história com profundidade”, explica.

 

No entanto, a produção enfrentou desafios significativos, principalmente financeiros. “Tivemos que realizar o filme contando com apenas 25% dos recursos necessários para um projeto desse porte. Mesmo assim, com uma equipe apaixonada por Lucas e pelo IPJP, conseguimos criar uma obra que faz justiça a essa história. Cada membro da equipe fez um esforço extra para que esse documentário acontecesse”, destaca a diretora.

 

Lançamento e impacto do documentário

 

Inicialmente previsto para março, o lançamento foi adiado para garantir maior alcance e engajamento do público. “Optamos por lançar o documentário durante o Fórum de Cultura, em junho, para que ele tenha uma divulgação mais ampla e uma participação significativa das pessoas que fizeram parte dessa história”, afirma Camila.

 

Mais do que um registro histórico, o documentário reforça uma mensagem essencial sobre o desenvolvimento da cidade. “Lucas do Rio Verde cresceu não apenas pelo investimento financeiro, mas pela força da comunidade e pela solidariedade das pessoas. O Instituto Padre João Peter é um exemplo de como o envolvimento coletivo pode transformar realidades e deixar um legado que atravessa gerações”, conclui a diretora.

 

O documentário será exibido pela primeira vez no Fórum de Cultura e deverá contar com outras exibições ao longo do ano, buscando alcançar um público ainda maior e perpetuar a memória do IPJP e de seus idealizadores.

 

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