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Quem foi Dona Eulália, símbolo da tradição culinária de Cuiabá

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Dona Eulália: o legado de uma mulher que fez história na gastronomia cuiabana

Cuiabá amanheceu de luto nesta segunda-feira (28) com a notícia do falecimento de Eulália da Silva Soares, mais conhecida como Dona Eulália, uma das figuras mais queridas e respeitadas do cenário gastronômico e cultural de Mato Grosso. Dona Eulália, que completou 90 anos em janeiro, partiu após breve internação, deixando uma extensa trajetória marcada por tradição, fé e um legado culinário único.

Nascida em 13 de janeiro de 1934 na zona rural de Cuiabá, Eulália mudou-se com o marido, Eurico Avelino Soares, para o bairro Lixeira em 1956. Foi ali que começou a vender seus famosos bolinhos de arroz, inicialmente de porta em porta, nas proximidades de escolas e no pátio da Igreja São Benedito. Ao longo dos anos, seu talento e dedicação fizeram com que o quintal de sua casa se transformasse em um ponto de encontro de cuiabanos e visitantes, onde servia café da manhã com o icônico bolo de arroz. Esse espaço tornou-se, posteriormente, um Centro Cultural no bairro Lixeira, celebrando a cultura local e o acolhimento típico de Dona Eulália.

Em vida, Dona Eulália recebeu importantes reconhecimentos. Entre 2017 e 2020, conquistou três premiações da revista “Veja Comer & Beber Cuiabá” – uma na categoria “Melhor Salgado” e duas como “Melhor Bolinho de Arroz”. Seu nome passou a ser referência não só no sabor, mas também na autenticidade de sua história e na representatividade cultural. A chef Leila Malouf, uma das principais referências gastronômicas de Cuiabá, homenageou Dona Eulália nas redes sociais, mencionando sua contribuição inestimável para a cultura regional. Sua filha, Ariani Malouf, e o chef Marcelo Cotrim também se manifestaram, ressaltando o carinho e o respeito que têm por sua obra e seu legado.

O governo do estado de Mato Grosso, assim como a Prefeitura de Cuiabá, decretaram luto oficial de três dias. O prefeito Emanuel Pinheiro e a primeira-dama, Márcia Pinheiro, expressaram seu pesar e destacaram a importância de Dona Eulália para a cidade. Em nota, o governador em exercício, Otaviano Pivetta, descreveu-a como “uma guardiã da tradição cuiabana”, cuja partida deixa um vazio na cultura regional.

O bolo de arroz, que Dona Eulália mantinha vivo há quase 70 anos, é hoje um símbolo da identidade de Mato Grosso e, desde 2017, conta com proteção legal pelo estado. Mais que um prato típico, ele se tornou um elo entre gerações de cuiabanos, sendo servido com chá-mate na casa de Dona Eulália, onde seu sorriso acolhedor conquistava a todos. Sobre sua trajetória, ela costumava dizer: “Felicidade para mim é a fé que tenho até hoje… Agradeço todos os dias a união da minha família, os fregueses que eu tenho, tudo. Eu não esperava que ia dar tão certo até hoje”.

O velório e sepultamento de Dona Eulália ainda não tiveram os detalhes divulgados pela família. Sua ausência será sentida por todos os que tiveram o privilégio de conhecer essa mulher cuja vida foi dedicada a alimentar e enriquecer a cultura cuiabana. Em cada bolinho de arroz, cada encontro e cada sorriso, Dona Eulália seguirá viva na memória e no coração de Cuiabá.

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