A MT Cine, associação que representa o setor audiovisual de Mato Grosso, lançou uma pesquisa pública com o objetivo de coletar a opinião dos realizadores sobre a melhor destinação dos saldos remanescentes da Lei Paulo Gustavo (LPG).
Com cerca de R$ 5,8 milhões ainda disponíveis, a intenção é assegurar que esses recursos sejam aplicados de maneira justa e inclusiva, beneficiando o maior número possível de projetos no estado.
De acordo com a presidente do MT Cine, Dani Bertolini, os resultados da pesquisa serão apresentados ao Conselho Estadual de Cultura em uma reunião agendada para o final de outubro.
Bertolini enfatizou a importância da participação dos profissionais da área. “Nosso objetivo é levantar a opinião da classe sobre como esses recursos podem ser melhor distribuídos. Pretendemos apresentar o resultado da pesquisa ao Conselho Estadual de Cultura na reunião do dia 29 de outubro”, afirmou. Ela também destacou que a pesquisa é uma ferramenta crucial para garantir que a distribuição seja mais equitativa, considerando as demandas de realizadores que têm menos acesso a financiamentos.
A busca por uma redistribuição mais igualitária reflete o compromisso da associação em contemplar diversos perfis de realizadores. “Acreditamos que distribuir esses recursos entre diferentes editais, de forma a beneficiar quase 50 projetos em todo o estado, é a melhor estratégia neste momento”, disse Bertolini.
Apesar de não ter controle direto sobre a aplicação final dos recursos, a MT Cine está empenhada em influenciar o processo por meio do diálogo com a Secretaria de Cultura (Secel) e o Conselho Estadual de Cultura. “Não podemos garantir que a redistribuição seja exatamente como esperamos, mas podemos nos basear nos dados da pesquisa para apoiar nossas sugestões junto à Secel e ao Conselho”, explicou a presidente.
A Lei Paulo Gustavo é considerada um marco no financiamento do audiovisual brasileiro, trazendo avanços significativos para o setor. Bertolini ressaltou que, em Mato Grosso, os recursos foram bem distribuídos e houve uma melhoria na transparência dos processos, com a contratação de um júri externo para a avaliação dos projetos pela primeira vez. No entanto, a competitividade crescente e a necessidade de maior profissionalização continuam a ser desafios para os realizadores locais.
Outro desafio é o curto prazo para a utilização dos recursos. A Secretaria de Cultura precisa finalizar as convocações até 20 de novembro, garantindo que os pagamentos sejam efetuados até 31 de dezembro de 2024. “Estamos pressionando por mais agilidade, mas é evidente que a Secel precisa de mais pessoal para lidar com a demanda”, alertou Bertolini.
Para assegurar uma ampla participação na pesquisa, a MT Cine tem intensificado a divulgação entre os profissionais do setor. “Toda a nossa diretoria e conselho estão empenhados em divulgar a pesquisa, pois quanto mais respostas recebermos, mais representativo será o resultado”, disse a presidente. A associação também está comprometida em manter um diálogo aberto com as autoridades culturais e monitorar de perto a aplicação dos recursos após a definição da nova Carta de Recomendação.
Além desta iniciativa, a MT Cine já está planejando novas ações para 2025, como a realização de um seminário para fortalecer o setor audiovisual em Mato Grosso. “O próximo passo é apresentar os resultados da pesquisa ao Conselho Estadual de Cultura, mas também já estamos desenvolvendo estratégias para o ano que vem”, concluiu Bertolini.
A pesquisa pública estará disponível até 24 de outubro de 2024 e pode ser acessada através do link fornecido pela MT Cine.
Link da pesquisa: [https://forms.gle/JS1d9QgD9XCDtDBC9](https://forms.gle/JS1d9QgD9XCDtDBC9)