As profissionais da Saúde Cristiane de Paula Pedro e Rafaela Cristina de Sá Brito, de Lucas do Rio Verde (MT), participarão no próximo sábado, 5 de julho, do Quarto Tratado de Madrid, que será realizado em São José dos Campos (SP). A formação internacional é considerada uma das mais relevantes da América Latina no campo da ozonioterapia científica e segue os protocolos da ISCO3 — International Scientific Committee of Ozonetherapy.
Cristiane de Paula Pedro é cirurgiã Dentista, Biomédica e Terapeuta Integrativa
Rafaela Cristina de Sá Brito é Farmacêutica, Bioquímica e Terapeuta Integrativa.
Essa será a sexta certificação internacional da Dra. Cristiane, que atua na área há anos e vem acompanhando o avanço da prática no Brasil. Já para a Dra. Rafaela, será a primeira participação em uma certificação fora do país. Ambas compartilham a atuação na medicina integrativa e buscam aprofundar seus conhecimentos a partir da experiência de centros com tradição centenária na terapêutica com ozônio medicinal.
“O Brasil conhece a ozonioterapia desde 1975, quando o doutor Hans Conrad trouxe o primeiro gerador para o país. Ele é considerado o pai da ozonioterapia e será um dos palestrantes deste evento”, contextualiza a Dra. Cristiane, que foi aluna do médico alemão naturalizado brasileiro. Segundo ela, o primeiro livro com relatos científicos da prática foi publicado em 1978, também por Conrad. “É uma terapêutica secular, extremamente segura e embasada cientificamente.”
A médica explica que o Brasil conta hoje com geradores avançados e gás medicinal de qualidade reconhecida. Apesar de ainda não ter a mesma tecnologia dos equipamentos europeus — especialmente os italianos e alemães —, os geradores nacionais seguem normas da Sociedade Mundial de Ozonioterapia. “Nós temos uma base científica robusta. A própria Anvisa já normatizou os parâmetros de segurança, e há fabricantes no Brasil com décadas de experiência, como a Filosom, que é referência.”
O que ainda atrasa a consolidação da ozonioterapia, segundo Cristiane, é o descompasso entre os conselhos profissionais. Enquanto áreas como odontologia, biomedicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia e medicina veterinária já possuem regulamentações formais, com habilitações reconhecidas para atuar com a ozonioterapia como prática complementar, a medicina ainda impõe limitações. “O Conselho Federal de Medicina só permite o uso em caráter experimental, com vínculo acadêmico e sem possibilidade de cobrança pelo procedimento — o que na prática dificulta e desestimula o exercício da técnica pelos médicos.”
Para ela, trata-se de um posicionamento institucional que contrasta com os avanços científicos. “É uma decisão velada. Dizem: ‘você pode fazer, mas não pode cobrar e tem que submeter um estudo clínico’. Isso, na prática, desincentiva. Não é uma crítica à medicina, é à visão de alguns conselhos que não acompanham a evolução científica da terapêutica. Há mais de 26 mil artigos publicados em bibliotecas internacionais, sendo mais de 4 mil somente na PubMed, com eficácia comprovada em diversas aplicações.”
A médica afirma que a participação no Tratado de Madrid é estratégica para manter o padrão de excelência na prática clínica: “A ozonioterapia é totalmente individualizada. Cada dose é ajustada a partir de parâmetros científicos rigorosos, como os do Tratado de Madrid, que é um documento técnico com dados e dosagens seguras. Estar nessa formação é essencial para garantir que o que aplicamos aqui esteja alinhado com o que há de mais avançado no mundo.”
Dra. Cristiane também integra a Associação Brasileira de Ozonioterapia (ABOZ), que está conectada com outras 25 entidades internacionais da área. “É uma rede de troca científica constante. A odontologia, por exemplo, já é referência mundial em ozonioterapia no Brasil. Precisamos que os outros campos da saúde sigam esse mesmo caminho”, conclui.