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Corte de energia elétrica na UFMT gera caos e provoca morte de animais no zoológico

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     Durante aproximadamente setes horas em que a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, ficou sem energia elétrica, diversos animais morreram. 
 
    No Laboratório de Biociências(foto), por exemplo, professores e alunos perderam várias espécies de peixes usadas em trabalhos científicos e outros materiais de pesquisas(foto).

    Com auxílio de um gerador, apenas dois laboratórios, de um total de 27, foram atendidos após grande locomoção de freezers e geladeiras.
 
     A  suspensão do fornecimento de energia elétrica no Campus da UFMT ocorreu por volta das 10 horas desta terça(16)  e só foi restabelecida por volta das 17h.

     A suspensão da energia também aconteceu na Casa do Estudante, localizada na avenida Érico Preza, onde há capacidade para 32 universitários. Como não havia energia, os moradores temiam ficar sem água, pois ela é retirada de um poço artesiano. 

     Estudante de Engenharia da Computação, Hélio Carrará, que reside na Casa do Estudante,  afirmou que os moradores não foram comunicados, seja pela UFMT ou pela  Energisa.      Entretanto, o discente  confirmou  que a ação já era  esperada por eles, devido às notificações feitas a universidade. 

     "Tem geladeiras em todas as casas e em alguns quartos. Tem gente que vai perder comida. Quanto aos outros aparelhos, aqui é uma casa bem quente, então a gente não pode utilizar ventilador ou ar condicionado", disse. 

     Laboratórios e pesquisa 

     Diretor do Instituto de Biociências, o professor Marcos André de Carvalho disse à reportagem que considera a situação um descaso com a instituição pública. "São trabalhos importantíssimos de muitas pessoas, dos alunos de pós-graduação, de pesquisas que estão sendo feitas. São materiais que não podem ficar sem refrigeração. São enzimas caríssimas que a gente consegue via edital, materiais que estão congelados. É um material muito importante, se perder isso, perde tudo. São trabalhos de anos coletando que vai embora". 

     "É um descaso com a instituição pública. Isso é uma forma de pensar dos nossos dirigentes do país, que realmente pensam de forma diferente e estão colocando todas as instituições de pesquisa, que são as universidades, em uma situação lastimável. A gente vai perder algo que é um patrimônio muito grande, que custou muito dinheiro dos brasileiros e que agora vai ser colocado em situação limite, por se pensar de forma diferente. Acho que é uma irresponsabilidade muito grande. O povo brasileiro deveria tomar ciência disso. Isso daqui não é esmola, foi a custo de imposto, dinheiro investido e que deveria ser mantido. Enquanto a gente não levar isso a sério, vai continuar na mesma". 

     Dívida de R$ 1,8 milhão 

   O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou – após tomar conhecimento do desligamento de energia elétrica que irá tomar as medidas cabíveis tanto administrativas como judiciais para a responsabilização dos envolvidos pela má gestão na unidade. Além disto, anunciou medidas emergenciais para quitar a dívida de R$ 1,8 milhão.

    “O ministro tomou conhecimento da situação na última quinta-feira (11) quando chamou a reitora ao Ministério e autorizou o repasse de R$ 4,5 milhões para que a reitoria da UFMT, nomeada há três anos, quitasse a dívida das contas de luz com a concessionária de Mato Grosso”, diz trecho da nota.

     Por meio de nota, a assessoria de imprensa confirmou que houve o corte  de energia e que negociou com a Energisa para o estabelecimento. No total, estão em abertas seis contas, sendo quatro de 2018 e duas de 2019. A UFMT realizará uma reunião no período da tarde e oportunamente se manifestará sobre seus resultados.

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