A relação entre clima, saúde e bem-estar guiou a programação da tarde desta quinta-feira (20), na Casa da Ciência, espaço do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no Museu Paraense Emílio Goeldi. Pesquisadores, docentes e representantes do Ministério da Saúde se reuniram para discutir como os efeitos das mudanças climáticas repercutem na saúde física e emocional da população.
A abertura das atividades contou com a palestra magna “Mudanças Climáticas e Saúde Mental”, ministrada por Flávio Pereira Kapczinski, professor titular do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Durante a apresentação, o pesquisador abordou conexões entre impactos climáticos, vulnerabilidades sociais e efeitos psicológicos que emergem em cenários de instabilidade ambiental.
“As discussões sobre saúde e clima realizadas aqui ajudam a construir soluções que podem ser adotadas por nações inteiras. Quando a ciência ocupa esse espaço, abrimos caminho para respostas mais eficazes à crise climática e seus impactos sobre a saúde mental,” destacou Kapczinski.
Em seguida, ocorreu a mesa-redonda “Mudanças Climáticas e Saúde”, moderada por Célia Regina da Silva Garcia, professora da Universidade de São Paulo (USP). O debate reuniu os professores da Universidade de São Paulo (USP), Bruno Caramelli e Irene Soares; e as representantes do Ministério da Saúde, Lívia Casseb, Cintya Souza, Giselle Maria Rachid Viana e Tânia do Socorro Souza Chaves.
Ao longo da conversa, os participantes discutiram como o aumento de eventos extremos, como ondas de calor, enchentes e longos períodos de seca, influencia diretamente indicadores de saúde pública, especialmente em regiões com menor infraestrutura. Foram tratados temas como riscos cardiorrespiratórios, doenças sensíveis ao clima, impactos sobre populações vulneráveis e a necessidade de integração entre vigilância climática e políticas de cuidado.
A professora Célia Regina Garcia, da Universidade de São Paulo (USP), chamou atenção para a dimensão global do problema e para a urgência de respostas coordenadas. “Quando discutimos mudanças climáticas, precisamos lembrar que elas agravam diretamente problemas de grande impacto global, como as doenças cardiovasculares e infecciosas. Hoje, essas áreas respondem por cerca de dois terços das mortes anuais no mundo. A resistência antimicrobiana, por exemplo, já causa 700 mil mortes por ano e pode chegar a 10 milhões até 2050, segundo a OMS”, afirmou. “Esses números mostram porque é urgente fortalecer pesquisas, ampliar o compartilhamento rápido de informações e orientar políticas públicas capazes de responder a ameaças que se espalham em um mundo cada vez mais interconectado,” finaliza.
Casa da Ciência
A Casa da Ciência do MCTI, no Museu Paraense Emílio Goeldi, é um espaço de divulgação científica, com foco em soluções climáticas e sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro de pesquisadores, gestores públicos, estudantes e sociedade. Até o dia 21, ela será a sede simbólica do ministério e terá exposições, rodas de conversa, oficinas, lançamentos e atividades interativas voltadas ao público geral. Veja a programação completa.






























