O conhecimento é um dos pilares fundamentais que sustentam a sociedade humana.
Muitos estudantes, em algum momento, questionam a necessidade de aprender determinados conteúdos na escola, como a famosa hipotenusa do triângulo retângulo, que pode parecer distante da vida cotidiana. No entanto, o aprendizado vai muito além da utilidade prática imediata; ele expande a capacidade de raciocínio, promove uma visão mais ampla do mundo e fortalece a inteligência.
O Perigo da Ignorância
A história nos ensina que a ignorância frequentemente leva à decepção e, em muitos casos, ao desastre. Um provérbio oriental afirma que “a ignorância é a mãe de todas as tragédias”, pois não compreender o mundo ao redor pode colocar um indivíduo em situações perigosas. Imagine um país onde, de um dia para o outro, a guerra se instala, interrompendo a educação de milhões de crianças. Esse cenário não é ficção: acontece em lugares como a Faixa de Gaza, onde crianças que deveriam estar aprendendo matemática e literatura estão fugindo de bombardeios.
A ignorância não é apenas uma questão de falta de informação, mas também de manipulação. A distopia retratada em “O Conto da Aia” alerta sobre como regimes autoritários podem utilizar discursos moralistas e religiosos para impor o silenciamento de grupos sociais inteiros, como as mulheres, privando-as do direito ao conhecimento. Esse perigo também é evidenciado no filme alemão “A Onda”, que demonstra como a propaganda pode transformar uma sociedade em uma massa cega e intolerante, levando ao autoritarismo e à violência.
O Papel do Conhecimento na Transformação Social
As estruturas sociais não são imutáveis; elas podem ser transformadas rapidamente. O que hoje parece garantido pode desaparecer amanhã. A internet, por exemplo, nos deu acesso a um oceano de informações, mas também gerou bolhas ideológicas perigosas. O fenômeno do cyberbullying e a “cultura do cancelamento” são versões modernas das fogueiras da inquisição. Se no passado pessoas eram queimadas vivas sob acusações de bruxaria, hoje são destruídas socialmente pelo tribunal virtual da internet.
A filosofia já nos alertava sobre isso há milênios. Platão, em sua alegoria da caverna, ilustra como a humanidade pode viver presa a ilusões, confundindo sombras projetadas na parede com a realidade. Aqueles que saem da caverna e enxergam o mundo real enfrentam resistência e descrença dos que ainda estão acorrentados. Assim acontece com o conhecimento: ele liberta, mas também exige esforço, coragem e resiliência.
O Conhecimento como Vacina contra a Ignorância
O estudo é a única vacina contra a ignorância extrema. Mesmo que a hipotenusa não seja usada diretamente em sua vida, o ato de aprender a calcular e compreender a lógica matemática desenvolve o pensamento crítico. O mesmo vale para a história, a literatura, a biologia e todas as áreas do conhecimento. Ser um indivíduo culto não significa apenas ter mais chances de sucesso profissional, mas sim possuir uma visão mais profunda do mundo, que permite escolhas conscientes e independentes.
A educação torna o indivíduo senhor do seu próprio universo. Ele não segue uma religião por medo do castigo, mas por convicção. Ele não é bondoso por temor à punição, mas porque compreende, por meio do estudo, que a empatia é uma consequência lógica da coexistência humana. A arte e a literatura, ao proporcionarem catarse, ampliam a visão de mundo e tornam a mente mais crítica e menos suscetível à manipulação.
Portanto, estudar é muito mais do que acumular informações; é desenvolver a capacidade de entender, questionar e transformar a realidade. No fim das contas, o verdadeiro perigo não está em não usar a hipotenusa na vida adulta, mas em viver sem compreender a matemática da existência humana.