Max e Dakota, dois cães policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Mato Grosso, estão transformando a rotina de crianças em tratamento oncológico na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Esses animais, além de seus serviços na segurança pública, agora desempenham um papel crucial na recuperação emocional e física de jovens pacientes.
O projeto, que ocorre regularmente em hospitais de Cuiabá e Várzea Grande, também se estende a abrigos e instituições beneficentes, trazendo conforto e esperança para aqueles que enfrentam situações difíceis. O principal objetivo da iniciativa é proporcionar consolo e fortalecer a saúde emocional das crianças, algo que, segundo especialistas, pode até melhorar o sistema imunológico.
Max, um Labrador amigável e enérgico, e Dakota, uma Border Collie dócil e atenta, permitem abraços, brincadeiras e carícias, criando uma conexão poderosa com os pacientes. “A interação com os cães traz alegria e alivia o estresse, algo fundamental durante tratamentos tão intensos”, explica a psicóloga hospitalar Ana Lúcia Santos, que acompanha os encontros.
Um vídeo divulgado pelo Bope mostra uma cena emocionante: uma criança hospitalizada, de cerca de 7 anos, sorrindo enquanto acaricia Max. Para os pais, momentos assim renovam as energias para continuar enfrentando os desafios da doença.
A terapia assistida por animais é amplamente reconhecida por seus benefícios. De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP), a presença de cães em ambientes hospitalares ajuda a reduzir os níveis de cortisol (hormônio do estresse), além de aumentar a produção de endorfina e oxitocina, substâncias que promovem bem-estar.
A enfermeira-chefe da Santa Casa, Rosângela Medeiros, destaca os efeitos positivos nas crianças: “Percebemos que elas ficam mais animadas após as visitas, conversam mais e até se mostram mais dispostas a seguir com o tratamento.”
O projeto vai além do combate à criminalidade, mostrando que o Bope também atua na construção de laços sociais e no apoio às comunidades vulneráveis. “Nossos cães são treinados para diversas situações, mas esse trabalho humanitário nos enche de orgulho. É gratificante ver como pequenos gestos podem transformar vidas”, afirma o tenente-coronel Fábio Rezende, responsável pelo canil do batalhão.
A continuidade do programa é garantida pelo entusiasmo dos policiais e pela aceitação calorosa das instituições visitadas. Para as crianças, Max e Dakota são mais que visitantes especiais — são heróis que trazem momentos de alegria em meio a tantas dificuldades.
Iniciativas como essa reforçam a importância de unir ciência, empatia e serviço público para fazer a diferença. Afinal, às vezes, um simples carinho pode ser o melhor remédio.