O município de Sorriso, a cerca de 400 quilômetros de Cuiabá, apresenta a maior taxa de estupros e estupros de vulnerável entre todas as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. São 113,9 casos registrados para cada 100 mil habitantes, segundo dados recentes, colocando a cidade no topo de um ranking alarmante da violência sexual.
Outras três cidades de Mato Grosso também figuram entre as 50 com os piores índices do país: Sinop, Cuiabá e Tangará da Serra. Os dados escancaram um cenário de extrema vulnerabilidade, sobretudo para crianças e adolescentes.
Levantamentos apontam que 90% dos estupros cometidos contra menores de idade acontecem dentro de casa e têm como agressores familiares ou pessoas próximas da vítima. O lar, espaço que deveria representar segurança, se transforma no principal palco da violência.
Organizações de direitos humanos e especialistas em segurança pública alertam que o enfrentamento desse tipo de crime exige ação articulada do poder público e da sociedade. A denúncia, muitas vezes silenciada pelo medo e pela vergonha, precisa ser incentivada por meio de campanhas educativas, acolhimento e fortalecimento das redes de proteção.
A situação em Mato Grosso reflete um problema estrutural e nacional: a dificuldade em combater abusos sexuais quando eles partem de quem deveria proteger. Especialistas defendem maior investimento em políticas públicas voltadas à infância, apoio psicológico às vítimas, capacitação dos profissionais da educação e assistência social, além de canais de denúncia mais acessíveis e eficazes.
Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 100, pelos Conselhos Tutelares ou diretamente nas delegacias especializadas.































