As exportações de soja de Mato Grosso em novembro de 2024 registraram apenas 95,25 mil toneladas, uma queda expressiva de 82% em relação ao mesmo período de 2023, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Esse volume é o mais baixo já registrado para o mês em toda a série histórica do instituto, refletindo a severa limitação na oferta do grão no estado.
No acumulado de janeiro a novembro, Mato Grosso exportou 24,64 milhões de toneladas de soja, o que representa uma retração de 11,79% em comparação ao mesmo período do ano passado. Apesar da valorização do preço médio da soja, que atingiu R$ 139,32 por saca — um aumento mensal de 0,29% —, a baixa disponibilidade de produto comprometeu a capacidade de negociação e enfraqueceu a presença mato-grossense no mercado internacional.
“A valorização do dólar, que fechou a semana com uma média de R$ 6,04, trouxe um impulso nos preços, mas isso não foi suficiente para compensar a baixa oferta local”, explicou um analista do IMEA.
Outro fator determinante foi o atraso no plantio da safra 2024/25. Especialistas alertam que esse atraso pode continuar afetando os embarques previstos para janeiro de 2025, ampliando as dificuldades do setor e mantendo o ritmo de queda no início do próximo ano.
Enquanto isso, o mercado interno demonstrou maior aquecimento na demanda pela oleaginosa, impulsionado pela valorização cambial e por perspectivas de consumo doméstico mais robusto. Contudo, muitos produtores optaram por reter parte da produção, apostando em preços ainda mais elevados. Essa postura reflete a cautela diante das incertezas do mercado global e das dificuldades logísticas que afetam o estado.
Os desafios enfrentados pelo setor de soja em Mato Grosso este ano expõem a vulnerabilidade da cadeia produtiva frente a questões climáticas e estruturais, reforçando a necessidade de planejamento estratégico para minimizar os impactos no mercado. Analistas preveem que, a curto prazo, o cenário seguirá desafiador, exigindo ajustes tanto no âmbito produtivo quanto comercial para garantir a competitividade do estado no mercado global.