Para ele, as administrações se sustentaram em “corrupção e incompetência”. Por isso, segundo ele, Mato Grosso vive uma grave crise financeira e, para sair dela, será necessário a contribuição de diversos setores da economia.
"Eu administro um Estado que está em muita dificuldade. E eu falei isso na minha campanha e em minha posse: todos nós precisaremos dar nossa contribuição para consertar o Estado. Foram nove anos onde os pilares da corrupção e incompetência estiveram presentes aqui", afirmou Mendes.
O governador lembra que, em delação premiada, Silval Barbosa, que admitiu ter cometido uma série de crimes e desvios, revelou que concedeu incentivos fiscais indevidos mediante pagamento de propina.
"Em delação, o ex-governador Silval Barbosa confessa que vendeu incentivos fiscais a determinados setores. Nós estamos corrigindo algumas distorções e anomalias. Estamos fazendo um alargamento de base”, afirmou.
Mendes também pontuou sobre distorções relacionadas aos incentivos. Sem especificar quais, ele disse que há setores em Mato Grosso que trabalham com margem de lucro de até 1000%.
“Fizemos um estudo e vamos divulgar aos senhores, sobre a margem de valor agregado [diferença entre quanto se paga na compra e quanto se vende]. Temos setores com margem de 1000%, de 317%. Isso por produto”, reclamou ele.
“Então, fizemos sim proposta robusta e que, a meu ver, foi muito bem construída, de modo a trazer segurança jurídica para os incentivos e para a instalação de empresas. Além disso, atender a uma demanda pela simplificação tributária no Estado, já que temos uma legislação que não é clara”, afirmou.
Projeto de restituição
Recentemente, o Executivo encaminhou um projeto de lei à Assembleia Legislativa que prevê a reinstituição e revogação dos incentivos fiscais. A mensagem ainda traz embutida uma minirreforma tributária com aumento de impostos para alguns setores.
Durante elaboração do projeto, o Governo afirma que se deparou com mais 70 incentivos fiscais diferentes que totalizam R$ 5,2 bilhões de renúncia fiscal. O previsto na Lei Orçamentária Anual é um incentivo na ordem de R$ 3,8 bilhões.
“O projeto é amplo. Pega vários setores. Temos mostrado que durante muitos anos setores receberam incentivos fiscais e é hora dessas cadeias que cresceram e fortaleceram dar a sua contribuição ao Estado de Mato Grosso”, disse.
Mendes afirma que esse é o momento para que os diversos setores da economia mato-grossense contribuam para que a crise financeira no Estado acabe.
“Damos o exemplo da cadeia do algodão, que recebe incentivos há mais de 20 anos, que foram importantíssimos para começar e desenvolver. Hoje é um setor que se solidificou, cresceu, ganhou produtividade e é um dos mais produtivos do mundo. Então, está na hora de contribuir um pouquinho com o Estado de Mato Grosso”, disse