Nos horários de pico, na avenida Doutor Hélio Ribeiro, que abrange as duas principais saídas do Centro Político Administrativo (CPA), em Cuiabá, carros e mais carros se aglomeram, um atrás do outro, e seus passageiros anseiam pela chegada à casa ou ao trabalho.
O congestionamento e a falta de mobilidade na região são problemas conhecidos pela população cuiabana. Contudo, servidores apontam que somado a este contratempo, estão problemas estruturais e a falta de planejamento do local, que abrange 19 prédios e 41 órgãos e entidades estaduais, incluindo o Palácio Paiaguás.
Conforme explicou o doutorando em história Vinícius Carvalho, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a área foi inaugurada em 1975, a partir de um decreto de 1971, do então governador José Fragelli. Até ser transferida para região, o palácio do governador ficava onde atualmente é a Prefeitura de Cuiabá, no Palácio Alencastro.
"Até o momento, desde a transferência para o Centro Político Administrativo, nunca houve uma grande reforma no local, o que houveram foram reformas pontuais em alguns prédios. Então hoje em dia há problemas de acessibilidade, planejamento básico, estacionamento, manutenção e logística", explicou.
Suelme Fernandes, que é servidor do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e já foi secretário Estadual de Agricultura Familiar, aponta que todos os prédios têm problemas de infiltração, abastecimento de água, acessibilidade, hidráulicos, além da mobilidade.
"Soma-se tudo isso ao caos urbano que é nos arredores do palácio, a falta de estacionamento, que é um problema estrutural de Cuiabá, mas ele foi feito para estacionamento para carro na década de 70, como que pode? Nessa época nem tinha carro, as pessoas andavam de ônibus, a pé, eram pouquíssimos carros", disse.
O ex-secretário pontua que as melhorias no local influenciaria diretamente na qualidade de vida do servidor público, que costuma passar o dia inteiro no local de trabalho.
"Se tivesse um trânsito melhor você poderia ir em casa almoçar, mas com os problemas de mobilidade as pessoas vão permanecendo dentro dos espaços públicos tendo que morar o dia inteiro ali dentro, leva comida, leva remédio. Se tivesse uma condição melhor de trabalho quem iria ganhar seria a sociedade", finalizou.
História
Na época de sua inauguração, o Centro Político foi visto como uma oportunidade de modernização e expansão da capital mato-grossense. Com mudança dos órgãos públicos para longe do Centro, o processo de crescimento horizontal permitiu a expansão, inclusive, de bairros como o Morada do Ouro, CPA e suas adjacências.
Atualmente, além do Palácio Paiáguas, o Centro político Administrativo abriga a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, a Ordem dos Advogados do Brasil e o Tribunal Regional do Trabalho, por exemplo.