Localizada na região sul do estado, Araguainha é o menor município de Mato Grosso. Com apenas 1.200 habitantes, a cidade é conhecida por ter a maior cratera de impacto de meteorito da América do Sul, que é conhecido como o Domo de Araguainha. Com belas cachoeiras e um festival de praia que é famoso na região, o município depende quase exclusivamente dos repasses estaduais e federais, o que tem trazido muitos problemas.
E atraso é o que não tem faltado, especialmente na área da saúde. Desde o governo de Pedro Taques (PSDB) as prefeituras vêm sofrendo com esses atrasos, o que continua na gestão de Mauro Mendes (DEM), que já disse que essas dívidas ainda vão demorar para ser pagas.
Prefeito do município, Silvio José de Morais Filho (PSD) conta que a situação é difícil e que o pouco que a Prefeitura arrecada, acaba sendo usado para minimizar os problemas na saúde. “No interior a gente sobrevive dos repasses, principalmente um município como o meu que é o menor município do estado. Qualquer repasse que atrase do Estado para o meu município complica toda a nossa vida lá”.
Os primeiros habitantes na região chegaram nos anos de 1940, atraídos pelo garimpo de ouro e pedras preciosas. Inicialmente a povoação se chamava Couto Magalhães, mas acabou recebendo o nome do rio que banha a cidade, e só foi se tornar município em 1964, quando foi emancipada de Ponte Branca (491 km ao Sul).
Em Araguainha o único posto de saúde do município é a unidade que resolve as emergências de saúde. De consulta de rotina até viroses e doenças menos graves, o local acaba sendo utilizado para pronto-atendimento. Isso porque se a situação for séria, o jeito é levar para Rondonópolis (212 km ao Sul), que está a cerca de 250 quilômetros e mais de 3 horas de viagem de distância.
Para atender toda a demanda, a equipe multidisciplinar se desdobra para que nenhum paciente fique sem atendimento. “É um posto de saúde só, mas funciona como hospital. Porque eu tenho médico, dois enfermeiros, dentista, técnico de enfermagem, tenho equipe completa. Acaba a gente fazendo o primeiro atendimento e se for alguma coisa de alta complexidade, a gente acaba encaminhando para Rondonópolis”, explica Morais Filho.
E sem os repasses em dia, o prefeito afirma que o jeito é compensar com recurso municipal para tentar continuar atendendo os moradores. “A nossa obrigação enquanto prefeitura é gastar, no mínimo, 15% com saúde. A gente fechou, recentemente, gastando 40%. O que a gente tem é pouco e ainda tem que colocar mais na saúde. Isso acaba influenciando e prejudicando outras áreas que carecem de investimentos”.
Além da saúde, Silvio diz que o município também precisa de outros investimentos. “A gente precisa de infraestrutura, as rodovias do estado, as prefeituras da região que estão mantendo. A gente precisa de infraestrutura logística, no mínimo, para que a gente possa dar qualidade nesse desenrolar da vida cotidiana dos nossos habitantes”.
